quarta-feira, 27 de novembro de 2013

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Corpo

A carne abaixo                                         O andar pra frente
A alma acima                                           O olhar pra trás
Os ossos entre                                         Coração de passarinho
Os destroços não mentem                          Deixa voar deixa voar

A Queda de uma Cidade na Europa Ocidental Séc V

Os bárbaros invadiram
Começaram flechas e espadas
O grito das mulheres, o choro das crianças
Os escalpos dos milicos

Os bárbaros invadiram

Reinaram sobre a derrota
Comemoraram e beberam noite adentro
Nos maxilares dos vencidos

Barbárie essa na cidade inteira

Se emocionaram com olhos regados
Era tudo vermelho
Fogo terra sangue e vinho

Assaram os porcos

Tosquiaram as ovelhas
Reabasteceram-se do vinho

Libertaram as galinhas

Os cordeiros morreram congelados - assaram também
E reabasteceram-se do vinho

Ficaram até os urubus chegarem

Junto ao cheiro mórbido das presas
Os animais até hesitaram
Com qual pedaço de carne podre primeiro começariam

Pegaram o ouro

Pegaram os panos
Pegaram a cidade
E os escalpos

Então os bárbaros invadiram

Começaram flechas e espadas
O grito das mulheres, o choro das crianças
Os escalpos dos milicos

Átila parecia bem contente

Até os muros de Constantinopla
E sua hemorragia do baço

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Torre de Babi e a Busca Infindável

     Se fosse uma caça ao tesouro talvez tivesse até ganho. Mas, ao saborear o prêmio da vitória, perceberia que o tesouro encontraria-se mais profundo. A superfície só escondia o brilho dos diamantes e sua dureza. Os espinhos viam-se por fora, tocava e, vez ou outra, até faziam sangrar. A auréola via-se também pelo externo, mas era por dentro que a compreenderia melhor; descobrir o sabor é fácil, complicado é compreender o que já se juntou nessa mistura homogênea da índole. O verdadeiro engano está em acreditar que a conquistou nos olhos e nas palavras. De uma certa forma, é, sim, verdade. Mas, para descobrir mesmo a verdade atrás do olhar e da expressividade, devemos caçar o coração.
    Ao encontrá-lo protegido por seio e costelas, envolva-o em suas mãos sentindo os batimentos cardiolíricos. Devemos escolher, primeiro, um ponto de partida, e será a sístole. A ejeção do sangue do coração para as artérias - o cardio se contrai e expulsa todo o líquido para o corpo consumir. Talvez se meu beijo conciso tivesse um aspecto mais feminino... - Contrai-se para retirar o que encontra em seu coração, e esse sou eu, em minha forma viril. Provavelmente expulso para os ouvidos.
     Tem seus 2 pontos.
     Após meu sumiço em seus espaços mais estreitos e cilíndricos, encontro-a em seu deleite, seu relaxamento. Sinto-a abrindo-se para o que há de chegar já, e esse sou eu. Eu em minha forma mais delicada, bela e sensual. A diástole começa. O coração abre e relaxa. Deixa todo esse sangue com gosto bom penetrar e preencher todo seu coração. O problema é minha forma rústica sucumbir grande parte da afeminada, para ela. A minha busca pela relíquia pulsante, então, encontra-se nos meus olhos e na minha eloquência. Gostaria que fosse, também, é no tesão. 
     Gratuitamente, a mente tem conexão direta com os pontos, ainda mais por ser a responsável por qual vem qual, agora. Será de extrema importância.

     Começarei pela ponta para chegar ao meio - seja esse talvez o âmago.

     Para minha mulher das mulheres.


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

A Man's Nature

Sometimes a man just wants to do what he wants
and the rest of the time he wants to know why he fell down to the ground

Sometimes a man wanna look desperatly so tough

that he forgets how boy he acts when he raises his voice and arms

Sometimes a man just needs to be free

but then he remembers he has to buy his freedom
Money controls what we call of self nature
due to some mortgages we need to pay for a piece of life

Sometimes a man needs bravely to be brave
but how he can do it when he grew up listening to so many NO's?
   He tries, he tries so hard for nothing
   He tries, he tries so much for something

Sometimes a man needs cruely to break down and cry

he needs some care and maybe a mother to hold
He is called homosexual, gay for his tears
bus when did being a humam being become being a "queer"?

Sometimes a man will think he is truly loved by a woman

but when they break up she'll try anything to make him miserable
   How is that love, how is that love I don't know

Sometimes a man wants to get rid of everything 

payment,cards and whisky. All material possessions
Then comes the government taxing him for not having a thing
but how is that fair when he has got him for himself?

There are two tipes of men living in this world

Those who cry and those who lie

Fuck I see the Industry winning once again

Fuck I see the government screwing me up for good
Again
And again
And again



quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Caminhando Por Alguns Lugares Lúdicos

Ta escuro, não vejo nada
Ouço o som das ondas lamentando
Sinto a areia entrando entre os dedos..
E socorro!

Ta silencioso, não ouço nada

Piso no taco, to em casa
Um vulto preto passando pela porta...
E socorro!

Angústia agoniza, perfura escalpos

Grito. A voz ta presa
Presa pelo meu conhecido, meu medo
Meu compadre insolente

Medo que me toma e me dilacera

Vozes alheias em minha cabeça
Vulto preto segurando um punhal
Me corrói por dentro laços e sutura terrores

To preso

Me marca e me convida
Me leva pra depressão, me carnificina
Me carniça
                                                          | A ponta do punhal pendura o corpo pálido
O vulto segurando uma faca atrás de mim
Fecho os olhos
Respiro e calma. Só calma
Calma, Vitor...
Calma
Tudo vai acabar certo...
Vitor!
Calma, agora! Tudo sob controle...
Sem problemas. Sem problema!
Calma... Respira... Isso...
Calma! 
Calma, porra!
Calma!
                                                           | grito de desespero incubado

E socorro


segunda-feira, 30 de setembro de 2013

O Banquete da Meia-Noite

     Sentou-se à cabeceira e pediu que lhe fosse passada a mandioca assada. Sua sobrinha, Sabina, fez-o rapidamente. Enquanto, ao final da mesa, sentavam-se os outros dois integrantes da ceia, Bento Cabral e Maria das Neves, que mantinham um intenso romance às escondidas. Juntos, planejavam sua fuga amorosa próxima.

     — Então é isso! É para o nosso melhor!

     — Sim! Amo-te, querido.
     — Maravilha. Amanhã cedo partiremos!
     — Até o final desta noite estarei com tudo pronto.
     — Sim, sim! Até o clarear do Sol encontraremos nossa liberdade no feixe de luz que separa os horizontes.

          D. Damasceno devorou a mandioca assada com a boca nervosa e o estômago magro. Via-se satisfeito. E satisfeito, então, voltou-se à mente com o pensamento que reunia todos no mesmo cômodo, Sabina já apresentava sinais da mocidade. Moça esbelta, bonita dos olhos claros, falava bem com voz meiga e tinha cabelos loiros ondulado no final e liso ao começo. Realmente, a mocidade penetrou-a profundo. Voltando-se, assim, para Bentinho.


     — Querido Bento Cabral, gostaria de lembra-lo o motivo principal que o faz sentar-se à mesa comigo e minha doce sobrinha. Lembra-te?


     Bentinho foi obrigado a retirar seus olhos enamorados de Maria das Neves e, tristes, cobrir o corpo gordo do anfitrião.


     — Sim, lembro-me bem, D. Damasceno.

     —  Como viestes à minha casa para a refeição,ele continuou, imagino eu que estás de acordo com o casamento!

     Sem ousar voltar os olhos à amante, ousou em petrificá-los ao gordo sem qualquer escrúpulo e respondeu que sim.


     — Pois então! Casarás com Sabina já na semana que vem. Certo, minha sobrinha?


     Ela, não apresentando franqueza, mas dubiedade, acenou-lhe com a cabeça que sim, porém, sem o consentimento dos olhos; olhos que escondiam um coração triste, pouco palpitativo e de uma roxidão amarga.

     —  Pois então és definitivo. O matrimônio é sempre algo para se celebrar!


     Os olhos ligeiros de Bentinho já se encontravam aos pés de Mariê e, com expressivo ânimo nas palavras, derramou-lhe o balde.


     — Mariê, querida! Entendeste porque precisamos partir à chegada do Sol? D. Damasceno da Costa pagará-me a quantia acertada hoje ainda para  que o casamento seja realizado! E daí iremo-nos em um só pé; o outro botaremos no chão quando chegarmos.


     O inquilino divertia-se a goles em sua completa taça de vinho tinto e esbravejava para que mais fosse preenchido a todos. Cantava com o céu da boca composições com a técnica de Leitmotiv de Wagner, já imaginando seu magistral brinde no casamento. Assim, realmente, não teria como prestar atenção à conversação rápida entre os pombos.


     Mariê respondeu-lhe que sim, estava pronta. Mas os olhos pareciam perpetuados aos bicos finos dos seus sapatos.


     — Meu bem, voltava Bentinho, não te preocupas. É tudo por nós! Não possuo a mínima das mínimas vontades de fazer parte dessa família infame. Lembra-se que ele é viúvo e até hoje nunca tiveram certeza do que acontecera com sua esposa? Gripe Espanhola que nada! E o corpo, onde jaz? És um assassino!


     Mariê somente fixou seus olhos em devaneio aos de seu amor.


     — Me amas? Ele perguntou.

     — Muito... Respondia com os olhos úmidos.

     No meio da bagunça toda havia alí Sabina. Estava mais ou menos perto do 16º Outono e a puberdade batera-lhe repentinamente. A porta da cozinha, que dava para a sala e era usada para os escravos servirem comida à mesa, abriu-se um pouco e, de lá dentro, viu Zumba, sua escravinha particular. Filha da cozinheira, despertara-lhe certo interesse no verão. Tal flor a penetrara e florescia em seu interior; flor vermelha rosado que soltava seu pólen nos olhos da futura dona de casa quando submetida à sua presença. E o orgão sexual da flor que lança os reprodutores masculinos entra em chamas; chamas constantes com queimaduras de eternas.


     D. Damasceno ainda uivava sinfonias enquanto agora pensava no desfecho que o casamento lhe daria — tornar-se-ia, agora tornará-se, Marechal Damasceno da Costa, visto que o pai do breve novo membro da família tinha bastante força e influência militar na cidade.


     Mal a sobremesa terminada e Sabina já treinava habilidades costureiras com a escravinha bonita em seu quarto; a porta sempre fechada. — Se uniam agulhas e linhas a remendos ou àquelas chamas não tão pueris, não sei; mas posso assegurar-lhes que o futuro Marechal jamais encontraria disto ou daquilo.


     Consumada a ceia, D. Damasceno da Costa terminou a noitada dizendo já estar tarde demais e amanhã cedo começariam os preparativos para o grande evento no sábado.


     No momento que o casal vadio chegou à porta para ir-se, o dono da carne e fogo chamou felizmente o homem. Quando este chegou ao seu lado, o gordo reles meteu as mãos no terno do rapaz a arrumá-lo. Um envelope bege escuro menos farto que suas dobras discretamente foi empurrado bolso adentro do paletó do sortudo marido. Os dois se encararam com olhos altivos e poderosos. D. Damasceno havia de crer em uma relação desdenhosa unilateral - e realmente foi. Abraçaram-se e deram um forte aperto de mão em que cada qual escondia o engrandecimento dos lábios superiores pela vitória própria. Três capadócios, uma ninfa e vários interesses.


     Era possível ouvir Sabina e Zumba à gargalhadas. Constantemente brincavam de guerras de plumas e penas de ganso presas a um saco e sessões de cócegas somente à cor das camisolas.


     Bento Cabral virou-se, abriu a porta do casarão para a amante e foram-se a rumo, tão enlevados, extasiados, quanto as brincadeiras das jovens que permaneciam nos segredos da alcova domicilar.


     O casal de valdevinos realizou seu sonho na América do Norte; enquanto o velho balofo,vil e enganado, ecoava suas amáveis sinfonias no fundo de seu miolo espalhado pela praça Albuquerque. O par, rústico e meigo, fugido com seu dinheiro, tirou-lhe a única chance na vida de ébrio de se tornar alguém; melhor diria-se, Marechal. Sem tomar o Alto e receber honrarias mais condecorações, foi-lhe negado o empréstimo do banco por ter dito ao gerente, Rui de Alcântara, que logo tornar-se-ia Marechal Damasceno Da Costa. Sendo um homem de mais respeito ainda, agora, podendo, assim, recebê-lo sem maiores estorvos.

     Não tomando o Alto, D. Damasceno sabia que jamais conseguiria o empréstimo. E então, advertido sobre um suposto amor maior ao dinheiro e cobiça que à pátria, pegou-o emprestado, dado depois a Bentinho, de um conhecido de um conhecido; conhecido por tê-lo aos montes; e por seu rápido estouro energético nas sinapses do seu cérebro, dando-lhe o apelido de Diabo, por suas desconfianças sanguinários e maciças. Digamos que se sentia não passado para trás, isto nunca!,  mas ultrajado quando um zebra — assim chama aquele que o deve —, parecia amarelar o pagamento dos juros, ou simplesmente fugi-los. Há ainda alguns que tentavam enganá-lo sem pagar-lhe nada no final, mas Diabo tinha essa inteligência onisciente — sabia de tudo. E, incrivelmente, de todos. 

     As más e podres línguas da cidade diziam por aí aos zebras ultrajantes, aqueles que não tinham a índole do pagamento, que haviam de desaparecer. E que se o fossem, para bem,bem longe ­— gargalhavam com a Europa feudal. Longe onde Diabo nunca os encontrariam para cobrar a conta.

      Se haviam sumido mesmo após o empréstimo pobremente devolvido, era verdade; e, se haviam ainda se escondido com a boca costurada embaixo da terra sem encéfalo, dedos e virilidade, era mais ainda.     Ninguém é perdoado quando seu dia chega.


     O credor do dinheiro levado para o exterior ja irritara-se o bastante com a demora do pagamento e dos juros.
     A D. Damasceno foi negado o empréstimo.
     Sabina ria e ria com Zumba. Doce deleite.
     O velho gordo ecoava suas mais amáveis sinfonias no fundo de seu miolo espalhado pela praça Albuquerque.






**Nota ao leitor
           1 - Nunca confie em além de você;
           2  - Toda máscara usada é presa à face pelo interesse;
           3 - Todas as ações humanas vêm por detrás do interesse. Seja ele ruim ou bom;
           4 - Tudo não se passa da cobiça pelo mais saboroso vinho.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

A Morte do Tom

A Morte encosta o ombro no balanço
E Tom balança
Tradicional veste preta e a foice

A Morte se aproxima pra brincar com Tom

Ele estica as pernas e as fecha num swing ritmado
Que pega ela na rítmica e desorganiza seu compasso

Então Tom corre
E a extinção o persegue
Pesadelo atrás de pesadelo
Monstros, aberrações abomináveis e....Contato
                                                                 |Físico
                                                                 |Medo.

Tom não correu tão rápido


São desenhos tão... Obscuros.






*Várias interpretações possíveis

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Questão Controversa

Via aquela moça andar
Via aquela moça falando comigo
Rapaz,
se não é que me encantou

Ouvia aquela mulher rindo comigo

Ouvi aquela mulher suspirar, também
E não é mesmo
que eu talvez tenha descoberto


Beijos                                Beijos

mulheres mulheres     homens mulheres

Sentia aquela dama se opondo à mim

Senti aquela dama expressar com cor suas convicções!
Senti tal frio dentro
Me ajeitei na cadeira
Disse que a amava
Olhos fundos Olhos

Já havia contado àquela senhora toda a verdade

Contado sobre os primeiros contatos
Sobre a primeira troca de expressões
Os últimos contos e poemas
E até contado sobre o beijo que há de vir já!
Já havia contado àquela senhora toda a verdade
Por detrás de mim. Por detrás dos seus apelos
Por detrás de nós mesmos

Beijei-a novamente

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Ô,Pai

      Acordei exaltado e de repente estava em um funeral. Estava perdido e tentando descobrir alguma verdade que pairava no terreno em que me encontrava. Céu aberto, grama. E foi assim que soube de quem era o velório. Meu pai.
     Algumas primas e parentes desidratavam em choro sentados em uma espécie de barraca, fui abraça-los. Segurei-me. Não chorei.
     Deparei-me na frente do caixão em que meu pai descansava a mente. Ouvi sua voz do meu lado. Sim, meu pai estava do meu lado direito, e falando comigo! Que coisa absurda, disse.
- Tá vendo, filho? Tá vendo como é forte?
Silêncio.
- Não chorou. Percebe?
- Sim.
     Ele parecia estar esplendidamente contente consigo. Sorria.
     Parecia dizer que eu deveria tornar-me seu sucessor como o chefe da família.
     Voltei os olhos para o caixão. Fogo surgiu repentinamente! E da mesma forma cessou. E, mais uma vez, o fogo instantâneo começou, agora, mais forte. Mais amarelo. Mais quente.            Mais vivo para o morto.
     Na hora, o caixão tornou-se em uma escultura de ouro. Dourado do começo ao fim. Talvez assim seja o interior do meu pai. Golden body, golden heart, golden mind. Não sabia dizer qual forma se tornara. Mas era a joia mais brilhante que já tinha visto na vida! E como brilhava...
     Me olhei e percebi que estava com uma camiseta laranja - igual a uma que possuo na realidade.
     Meu pai tinha sumido.
     Uma amiga de infância agora estava ao meu lado, e disse:
- Todos na escola estão muito tristes pelo o que aconteceu. Estamos rezando por você e sua família. Vamos até lá...
- Como eles já sabem?
     A escola, que na verdade era o corredor que dava para a entrada do meu quarto, estava lotada. Amigos da escola. Não reconheci nenhum, mas sabia quem eram. E, mais do que estranhamente, por algum motivo louco todos estavam com a mesmíssima camiseta laranja.

Não chorei.

Não sorri.
Não lastimei.
Somente  vivi o  momento.
Vivi para entender qual tipo de sentimento tive.
Ou deixei de ter.

Um beijo, pai.







,

terça-feira, 27 de agosto de 2013

domingo, 4 de agosto de 2013

O peito da sociedade pesa em alumínio
Voa em filantropia
Falso testamento, eu diria...
Pesa em filantropia, sim...
Filantropia privada
Privando calada o humanitarismo social na sorumbática sociedade
Com seus olhos em devaneio e suas mentes atônitas
     O Nascimento, a Ganância, a Morte
Esperança.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

É da natureza humana notar e julgar atitudes de outrem. Mas cabe a cada um perceber o quanto isso influencia em sua personalidade.

Tipóia da paixão

Às vezes me pego pensando
No nosso amor brincando
Fornicando
O amor amando
Nosso amor ofuscando
No nosso amor sufocando
As lágrimas do desespero
O medo da solidão no escuro
A mão fria

Amor de momento num vale
Amor de momento num gosto

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

O português matou o meu poema
Matou meu amigo, meu camarada
Um traço e tanto, eim
Agora só tenho isso
Contento-me.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

01.08



Aquele friozinho gostoso na barriga, sabe? Aquele pé frio encolhido procurando um lugar. Estranho pensar nessas coisas, mas quais coisas? Bonito são os que veem além dos olhos, quando se retira a essência podre e nojenta que nos rodeia, nos sufoca – ganância. Um mundo onde a ganância é a nova lei da sobrevivência.
Essência, posso, eu, assim, chamá-la? Essência de aroma, mas que fragrância tão cobiçada é essa? Essência de âmago, essência de origem; se existe realmente alguma força maior pairando-nos, que me dê suas graças e não me conceda essa maldita bênção – assim alguns a chamam. Afinal, é a nova lei da sobrevivência.
Um mundo onde beleza vem antes de espírito.  Carnificina. Mentecapto, eu gosto dessa palavra – que perdeu o uso da razão; alienado; louco.  Antes néscio do que sanguessuga de status

Eu escrevo pelado. Me julga.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Um por fim.


     Fortes batidas na porta são ouvidas, então eu a abro. Um belo par de pernas entra rapidamente em meu recinto sagrado. A força com que o salto alto soca o chão é clara  acontecera alguma coisa. Um olhar assassino de um lado, um confuso do outro. Sirvo-lhe um Bourbon levemente adocicado. Que diabos estava acontecendo?, indaguei-me naquele momento. 

Por mais puro que o amor seja algumas vezes, é impossível decifrar o que se passa na cabeça do outro e, não preparado para o que estava por vir, retraí-me na defensiva. Palavras voavam ao vento, esbofeteavam-me o rosto. Gestos violentos chicoteavam a minha lombar. Eu não sabia o que ela queria exatamente. Ela sabia. Se acalme, eu disse. Ela respeitou. Deu uma profunda respirada, contou ate três enquanto prendia o ar em seus pulmões e exalou-o por completo. Repetiu o movimento respiratório.

     Sentou-se e deu mais um trago em seu Bourbon envelhecido em barris de carvalho. O copo, agora vazio, anunciava seu desejo estranhamente familiar por mais. Como minha mãe me ensinara, temos que ser bons anfitriões – sirvo-lhe outra dose. Uma pedra de gelo apenas, a seu gosto. Pensou, pensou e concluiu. O medo de me perder apareceu em ótima hora, eliminando sua raiva e ódio momentâneo por mim. Ainda não sei bem o que eu realmente fiz. Sendo um simples homem, como entender a mente poderosa de uma bela mulher? Não sei, de fato. Mas não sou o único. 

Ela se esparrama na cama e eu não encontro palavras. Fecha os olhos, abre-os, fecha-os de novo e, por fim, os mantêm abertos. Uma cara de preocupação.  O que passeia pelos ares agora não são mais palavras, mas olhares. Golpe baixo. Olhares que me penetram com a mesma intensidade e beleza de quando eu a mantinha a mais próxima possível  em nossos momentos mais íntimos.

     Movimentos minuciosos me afagam  os cabelos. Ainda estou encucado, o que acabou de acontecer?  Chamem-me de louco, talvez eu o seja. Uma vez um grande sábio disse que nenhuma vida está completa sem um toque de loucura. Sejamos loucos! Afinal, há um amor para cada cor. E quantas cores não temos? Ela prefere não comentar sobre o assunto, só diz ter-se confundido - quem está confuso agora sou eu. Ela pede por desculpas, eu aceito. Diz que nunca mais se repetirá. Por mais forte que eu seja, necessito seu chamego. Eu necessito sua intimidade e afeto. Desculpo-a com um sentimento ruim, um peso - não é a primeira vez que isso acontece, e talvez nem seja a última. Retrocesso ou recomeço?